Imagine uma sala de aula onde o teto é feito de copa de árvores, a conexão é via sinais de floresta e os alunos têm raízes profundas no chão da Amazônia. Essa é a sala de aula da professora Violeta e seus três de seus alunos encantadores: o Sásá (açaizeiro), a Casti (Castanheira) e a Sumá (Sumaúma).
História 1 – Aula na Floresta com a Professora Violeta – Vozes que Ecoam
Era uma manhã de luz filtrada pelas copas na clareira digital da Wood Chat. Lá, entre sons de pássaros e sinais de Wi-Fi da floresta, a Professora Violeta se preparava para mais uma aula com seus alunos especiais: Sásá, Casti e Sumá.
— Bom dia, queridas árvores! Hoje nossa conversa é sobre ancestralidade, cuidado e resistência. Mas também sobre como nossas histórias podem mudar o mundo se forem bem contadas.
O Sásá balançou suas folhas com entusiasmo:
— Professora, acho que sou um dos mais conhecidos, né? De acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Estou em mais de 90% das casas do Norte em forma de açaí. Mas pouca gente sabe que eu sou parte essencial da segurança alimentar das comunidades ribeirinhas e urbanas.
— É verdade, Sásá — respondeu Violeta. — Seu fruto alimenta milhões e movimenta uma cadeia econômica. A sua exportação registrou um aumento de 47,5% no faturamento em 2024, alcançando quase US$ 500 mil, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), mas sua importância vai além do mercado. Você é cultura viva e sustento ancestral.
Casti, silenciosa até então, ergueu sua voz firme:
— Eu sou colhida há séculos com respeito por comunidades extrativistas. Mas mesmo assim, minha floresta está desaparecendo. O Imazon ( instituto da Amazônia) publicou que mais de 17% da Amazônia já foi desmatada, e muitas vezes, por onde eu costumava crescer.
— Casti, você é símbolo da luta dos povos da floresta. Sua castanha, rica em nutrientes, gera renda para mais de 15 mil famílias extrativistas segundo relatórios Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).A floresta em pé é mais valiosa — e você é a prova viva disso.
A Sumá — gigante e guardiã — falou em tom grave:
— Eu sou abrigo para animais e espíritos. Mas me assusta ver que o desmatamento ilegal na Amazônia aumentou 55% nos últimos anos. Mesmo as maiores como eu estão caindo. Li isso no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e fiquei assombrada.
Violeta se aproximou de Sumá, com delicadeza:
— Você é a “mãe da floresta”, Sumá. E sua dor é real. Mas é por isso que estamos aqui. Cada conversa nossa é uma semente de consciência. Precisamos transformar esses dados em emoção, e essa emoção em ação.
Então Violeta propôs:
— Quero que cada um de vocês escreva uma carta. Uma carta que conte quem vocês são, o que já viveram e o que sonham. Vamos usar o poder da palavra para alcançar quem esqueceu de ouvir as árvores. Aqui, nesta sala de aula, as pessoas podem saber o que quiserem sobre quem vocês são!
Wood Chat: Na conversa com a floresta, nasce o cuidado.